Muitos católicos da Baixada Santista empunharam nesta sexta-feira suas pás, vassouras, colheres de pedreiros, baldes, as próprias mãos e o coração para tingir o sal na confecção de tapetes de Corpus Christi.
As pessoas trabalharam e seguiram por toda a manhã e ainda uma parte da tarde para deixar tudo pronto para a celebração da Eucaristia. Foram centenas de tapetes que servira, de caminho para os devotos, durante a procissão.
Em Santos, a confecção dos tapetes foi realizada nas imediações da Igreja Nossa de Aparecida. Os painéis foram produzidos com serragem, borra de café, sal grosso (colorido e branco) e corantes.
Além dos adultos ligados a grupos de oração e pastorais, a criançada fez também sua parte. Com as mãos sujas, a maioria demonstravam contentamento. “É minha primeira vez que estou ajudando e estou gostando muito”, disse Eduardo Pereira de Mello, de 9 anos. Ele e outras crianças montavam um tapete que fazia alusão à pomba da paz.
Nem mesmo o longo de tempo de agachamento fazia cansar os voluntários que faziam o tapete. A dona de casa Maria Vanda dos Santos participa há mais de 20 anos e diz que não sente sinais de cansaço. “Quando servimos a Jesus, encontramos força e não se cansamos”.
Aymar Pinheiro da Rocha aproveitou a manhã para dar uma volta e dar uma paradinha na confecção dos tapetes. Ele não poupou elogios quando questionado qual a impressão do trabalho dos voluntários. “Está um capricho, muito bonito. Me chama atenção a criatividade de cada tapete”.
De acordo com a tradição, o tapete de Corpus Christi é para exaltar aquele que o percorre. “É uma homenagem ao Jesus Sacramentado”, diz o padre Carlos de Miranda Alves, responsável pela Igreja Nossa Senhora Aparecida.
A celebração de Corpus Christi, que significa Corpo de Cristo, surgiu na Idade Média. É uma das mais tradicionais festas do Brasil e é comemorado no país desde a chegada dos portugueses.
Fotos: Walter Mello
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