Como discípulos e missionários de Jesus, somos animados a agir, tendo o Evangelho de Jesus como referência para entender a nossa vida e missão. Precisamos nos sentir parte de um povo que constrói sua história, acreditando na solidariedade humana e nos ensinamentos dos pequenos e humildes, conforme o Magnificat ( Lc 1, 46-55). Com essa gente, sofrida e marginalizada, aprendemos a crer e a elaborar alternativas, a valorizar e respeitar a vida, a trabalhar contra a violência, a superar os fracassos e defender-nos do que nos desumaniza. Aprendemos que a vida é presente doado por Deus.
Uma das diferenças entre os seres humanos está no modo como vivem. Alguns não manifestam nenhum compromisso sério consigo mesmos nem com os demais. Negam, fundamentalmente, o senso comunitário e ético, visando apenas o interesse próprio, nutrido pelo egoísmo. Tiram proveito da vontade e do desejo alheios, tornando seus semelhantes pequenos, fracos, vulneráveis e dependentes. Criam obstáculos para a educação, a saúde, o acesso ao mundo do trabalho, à vida com dignidade e cidadania.
Porém, outros são capazes de desdobrar-se em direção dos demais, para que a vida seja uma bênção, não uma maldição. Procuram valorizar cada pessoa e desencadeiam mediações na sociedade que garantem os direitos fundamentais do ser humano.
A proposta de vida cristã coincide com a humanização. Portanto, defender a vida, a dignidade humana, o Estado de Direito, a prática da justiça, combater a corrupção, sempre será uma posição vanguardista. Humanizar não é só um questão religiosa, nem está restrita à missão das religiões, mas está ao alcance de todos que acreditam na capacidade humana, seja para desenvolver a ciência, seja para amar. Eis nossa vida e missão!
Pe. Luís Rodrigues Batista, C.SS.R.