Monge teólogo italiano nascido em Assis, cidade então integrada ao território do ducado de Spoleto, fundador da Ordem dos Frades Menores (1209). Filho de um abastado comerciante local, ali viveu até a sua primeira juventude e foi prisioneiro de guerra (1202-1293) durante a disputa entre Assis e Perugia. Depois de uma visão (1205), em Spoleto, entregou-se a um severo ascetismo e, diante do pai, renunciou a seus bens e fez voto de pobreza absoluta. Rejeitou o apego do clero aos seus privilégios e passou a defender a vida segundo os Evangelhos, desprezando o fausto, sustentando-se do próprio trabalho e pregando o amor a natureza e a palavra de Deus.
Com um número crescente de seguidores, foi a Roma com 11 companheiros para pedir ao papa Inocêncio III que aprovasse sua regra de vida (1210), no que foi atendido e também autorizado a pregar a penitência e a adotar a designação de irmãos menores. De volta a Assis, o grupo instalou-se em Porciúncula, primeiro convento da ordem franciscana, situado fora dos limites da cidade.
A Ordem foi reconhecida canonicamente no IV Concílio de Latrão (1215) e a regra franciscana aprovada (1223) pelo papa Honório III. Conta-se que a partir de então aconteceu a estigmatização de são Francisco: apareceram-lhe nas mãos, pés e costas chagas semelhantes às de Cristo na cruz, marcas que ele tudo fez para esconder até a morte, além de uma cegueira progressiva provocada por uma doença contraída durante suas pregações no Oriente.
Ainda tentando melhorar a saúde morou em Rieti e, depois, em Siena, mas não obtendo melhoras voltou a Assis, onde permaneceu até a morte. Sepultado temporariamente na igreja de São Jorge, seus restos foram trasladados (1230) para a igreja inferior da basílica edificada em sua memória na mesma cidade. São Francisco foi canonizado (1232), e é festejado a 4 de outubro.
Cântico das Criaturas
São Francisco de Assis
Louvado seja Deus na natureza,
Mãe gloriosa e bela da Beleza,
E com todas as suas criaturas;
Pelo irmão Sol, o mais bondoso
E glorioso irmão pelas alturas,
O verdadeiro, o belo, que ilumina
Criando a pura glória - a luz do dia!
Louvado seja pelas irmãs Estrelas,
Pela irmã Lua que derrama o luar,
Belas, claras irmãs silenciosas
E luminosas, suspensas no ar.
Louvado seja pela irmã Nuvem que há-de
Dar-nos a fina chuva que consola;
Pelo Céu azul e pela Tempestade;
Pelo irmão Vento, que rebrama e rola.
Louvado seja pela preciosa,
Bondosa água, irmã útil e bela,
Que brota humilde. É casta e se oferece
A todo o que apetece o gosto dela.
Louvado seja pela maravilha
Que rebrilha no Lume, o irmão ardente,
Tão forte, que amanhece a noite escura,
E tão amável, que alumia a gente.
Louvado seja pelos seus amores,
Pela irmão madre Terra e seus primores,
Que nos ampara e oferta seus produtos,
Árvores, frutos, ervas, pão e flores.
Louvado seja pelos que passaram
Os tormentos do mundo dolorosos,
E, contentes, sorrindo, perdoaram;
Pela alegria dos que trabalham,
Pela morte serena dos bondosos.
Louvado seja Deus na mãe querida,
A natureza que fez bela e forte:
Louvado seja pela irmã Vida
Louvado seja pela irmã Morte.
Amém
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